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Siriricas do Zap Zap


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Tarugo o Destruidor arregaçando o cu da ninfeta

No Calor do Buraco (1987)

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NO CALOR DO BURACO

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Quem acha que o anão Chumbinho descendo pela privada ou Jesus (interpretado por Décio Pinto) conversando com um sertanejo evangélico era o máximo de bizarrice que este site iria promover, bem, senhoras e senhores, conheçam Sady Baby.

Há quem diga que a linha que separa os gênios excêntricos dos idiotas loucos é bem tênue, quase inexistente, e Sady Baby está aqui para provar isso (assim como também prova a máxima que “qualquer um, qualquer um MESMO, pode fazer um filme”).

Sady Baby era um artista performático (e antes tinha sido um jogador do Fluminense) que viajava o país, em seu ônibus, fazendo espetáculos do Oiapoque ao Chuí. Vale dizer que esses espetáculos eram peças de teatro pan-sexuais explícitas. Entre uma performance e outra, fazia filmes (provavelmente baseado nas próprias peças). E que Deus tenha piedade de nossas almas.

É simplesmente impossível de se explicar um filme de Sady Baby. Tem que ver. Tem que sentir.

E antes de analisarmos No Calor do Buraco, resumiremos um pouco da carreira fílmica desse excepcional (e tome “excepcional” no sentido que quiser) e singular autor nacional: em Emoções Sexuais de um Jegue, além de uma mulher masturbando um jegue falante, temos um ex-detento que tem como passatempo passar AIDS a um monte de pessoas (copulando com elas num caixão de papelão – entendeu a metáfora buñuelesca?) e no ato final faz um massacre com uma serra-elétrica (hum…) num bordel enquanto ocorre uma orgia gay; em O Ônibus da Suruba, temos uma cena em que um dos passageiRos do ônibus defeca pela janela e começa a dançar; e Máfia Sexual é um filme pornô com o Pedro de Lara. Mas, acredite, nada, mas nada se compara à magnificência absurda que é esse espetáculo chamado No Calor do Buraco.

Afinal, um filme que começa com o protagonista estuprando uma árvore é algo inédito (principalmente se analisarmos que a cena não tem NADA a ver com o resto do filme). As más línguas dizem que os filmes de Sady Baby saíam desse jeito pois ele gostava de se “inspirar” através do consumo de substâncias psicotrópicas, e eu tenho até medo de pensar o que ele teria tomado dessa vez, já que, da cópula andrófila pra frente, o filme só vai ladeira abaixo.

E ainda tem gente que diz que Neville D’Almeida seja um devasso, tsc tsc (mas que fique bem claro que, de maneira alguma, estou vilipendiando o mestre Neville, um dos últimos gênios em atividade no cinema nacional).

Como o leitor deve ter percebido, não coloquei uma sinopse do filme, porque simplesmente não há uma trama perceptível, ou sequer algo perto disso. Começa com o Sady Baby estuprando a árvore, depois uns jagunços estupram uma moça morena, Sady Baby mata esses jagunços, corta pro Sady Baby estuprando uma loira, depois mostra um mendigo barbudo e tarado que colocou um bico de mamadeira numa garrafa de cachaça e enche a garrafa de leite, e fica o filme inteiro babando leite, mostra também o Sady Baby chegando na fazenda.

Lá pro meio um velhinho enfia o dedo no ânus de um porco (que reclama e diz “caralho, tira o dedo do meu cú, porra”). O velhinho fica falando “é no calor do buraco que a coisa fica boa”. Depois não sei porque Sady Baby e a loira que ele estuprou saem fugindo de algo, cortando então para uma suruba gay, o casal mata um caminhoneiro e rouba seu caminhão e FIM. Sacou? Nem eu.

Por que o filme começa com o Sady Baby estuprando uma árvore?

Finalizando, deixo aqui todo meu respeito a esse senhor, um gênio/idiota-macabro a ser descoberto, e cujas contribuições ao mundo não pararam na sétima arte. Foi ele quem cafetinou a Big Brother Antonella, anos antes de ela se tornar felina da Playboy, quando ainda trabalhava no seu “night club”. O nome do recinto? “Soltando a Franga”, nome de outro filme desse enigmático personagem da margem do cinema marginal.

Diogenes L. Cesar 29/03/2005

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O Início do Sexo (1983)

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O Início do Sexo

MAIS BOCA DO LIXOFILME COMPLETO

Como definir esse filme? É um The Godfather made in Piracicaba. Walter Wanny sempre foi um montador bastante conhecido no cinema paulista dos anos 70 e 80. Seu trabalho em “Excitação” do mestre Jean Garrett é exemplar. Mas ele também foi diretor. Como diretor de grandes obras audiovisuais, Wanny realizou somente dois filmes: este “O Início do Sexo” e também o “A Tara do Touro”.

Este filme é outro representativo da turma nonsense da Triunfo (que aglutinava diretores como Rafaelle Rossi, Agenor Alves, Eduardo Llorente, entre outros). Porém, como o filme tenta ser tudo (e realmente não é nada), acaba sendo um espetáculo bastante divertido. Moralismos de toda espécie, elenco primário, falas erradas e uma trilha sonora genial assinada pelo fantástico Dick Danello (cantor italiano que já teve programas em todas as emissoras de rádio AM de SP).

André e Lúcia são dois esquecidos pelo mundo. Juntos, eles são recolhidos pelo sr. Jonas, um generoso fazendeiro. O casal irá se meter em altas confusões, porque continuam atormentados pelo passado. Participações especiais da musa Dalileia Ayala (como uma prostituta que engana André) e de Claudete Joubert (dublada, fazendo a filha do sr. Jonas). Ruy Leal também aparece em algumas seqüências. Se você quer falar sobre Boca do Lixo de verdade, esqueça os filmes de Reichenbach, Garrett e tantos outros. “O Início do Sexo” é um trabalho que merece ser visto.

Texto: Matheus Trunk

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